terça-feira, 1 de julho de 2014

Comum em jovens atletas, lesão no joelho causa dor e limita movimentos




A osteocondrite dissecante (OCD) do joelho é uma causa relativamente comum de dor e limitação funcional em crianças e adolescentes. Tipicamente, a doença ocorre no joelho de atletas mirins envolvidos em esportes competitivos e submetidos a treinamentos intensos.

Trata-se de uma doença adquirida em que o osso subcondral (osso abaixo da cartilagem) se torna avascular, ou seja, perde o suprimento sanguíneo, desestabilizando a cobertura cartilaginosa. Se não ocorrer a reversão do processo (consolidação), o complexo osso-cartilagem, sujeito a forças de impacto e de cisalhamento do esporte, pode separar-se completamente do seu leito ósseo, determinando irregularidade articular e até a formação de corpos livres.

A OCD do joelho pode ser subdividida em duas formas:

1 - osteocondrite dissecante juvenil (OCDJ) - ocorre em atletas mirins com a cartilagem de crescimento aberta

2 - osteocondrite dissecante do adulto (OCDA) - ocorre em atletas mirins com a cartilagem de crescimento fechada.

Quando não respondem satisfatoriamente ao tratamento, ambas as formas apresentam tendência a sequelas tardias, inclusive a osteoartrose (OA).
Como a doença se apresenta?

O processo apresenta-se entre 13 e 21 anos, e os sinais físicos podem estar relacionados com o local da lesão. As queixas básicas são a dor e o inchaço do joelho afetado, que podem ser exacerbadas pela atividade física. Sensações de estalidos e até bloqueios articulares podem ocorrer em casos de corpos livres articulares. A atrofia do quadríceps (anterior da coxa) pode estar presente em casos sintomáticos de longa duração.

Os sintomas são indefinidos, com dor difusa agravada pelo apoio e flexão. O inchaço durante ou após atividades excessivas e atrofia muscular precoce são sinais que podem ocorrer associados à crepitação retropatelar. A tomografia computadorizada e a ressonância magnética são importantes para definir o local, a extensão e a viabilidade da lesão.
Diagnóstico

Os exames radiográficos simples, como tomografia computadorizada, e ressonância magnética, são os mais importantes. A cintilografia com tecnécio 99 pode ser utilizada, inclusive para avaliar a tendência à resolução do processo. Entretanto, esta técnica é questionada pelo tempo de obtenção das imagens e pelo risco da administração do contraste.
Tratamento

1- Repouso e muletas

O sucesso ocorre mais frequentemente antes do fechamento da cartilagem de crescimento. As lesões estáveis têm prognóstico melhor. As orientações incluem a medicação analgésica e anti-inflamatória, a redução da carga (com uso de muletas) e a utilização de imobilizador. A restrição total das atividades físicas pode determinar a resolução do processo em pacientes mais jovens.

A duração do tratamento conservador não está claramente estabelecida, mas provavelmente não deve ser prolongada além de seis meses se não houver evidência de resolução clínica e por exames de imagem.
2 - Tratamento cirurgico

A cirurgia estará indicada nos casos em que o tratamento conservador falhar e para os casos de lesões instáveis ou deslocadas, em especial para a OCDA.

As opções cirúrgicas incluem: remoção simples do fragmento ou eventual corpo livre, perfurações simples do osso subcondral, fixação do fragmento, autoenxerto osteocondral (mosaicoplastia) e implante autólogo de condrócitos.


Matéria publicada pelo site Globo.com


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