Pesquisa feita com mais de 120.000 mulheres mostrou que composto
presente no alimento protege as pessoas da perda de memória e capacidade de
raciocínio
Morangos: rica em flavonoides,
fruta pode proteger o cérebro do comprometimento cognitivo (John
Foxx/ThinkStock)
De acordo com pesquisadores do Hospital Brigham and Women, instituição
afiliada à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, comer frutas vermelhas,
como amora e morango, pode ajudar a reduzir as taxas de declínio cognitivo.
Segundo o estudo feito pela equipe, o consumo desse tipo de alimento pode adiar
a perda de memória e raciocínio em até 2,5 anos. O trabalho completo foi
publicado nesta quarta-feira no periódico Annals of
Neurology, revista médica da Associação Americana de Neurologia.
CONHEÇA
A PESQUISA
Título original: Dietary intakes of berries and flavonoids in relation to cognitive decline
Onde foi divulgada: periódico Annals of Neurology
Quem fez: Elizabeth Devore, Jae Hee Kang ScD1, Monique Breteler e Francine Grodstein
Instituição: Hospital Brigham and Women, Estados Unidos
Dados de amostragem: 121.700 mulheres que tinham de 30 a 55 anos no início do estudo
Resultado: Consumir frutas vermelhas ou outras fontes de flavonoides, como chás e laranja, pode retardar processo de declínio cognitivo em até 2,5 anos
Título original: Dietary intakes of berries and flavonoids in relation to cognitive decline
Onde foi divulgada: periódico Annals of Neurology
Quem fez: Elizabeth Devore, Jae Hee Kang ScD1, Monique Breteler e Francine Grodstein
Instituição: Hospital Brigham and Women, Estados Unidos
Dados de amostragem: 121.700 mulheres que tinham de 30 a 55 anos no início do estudo
Resultado: Consumir frutas vermelhas ou outras fontes de flavonoides, como chás e laranja, pode retardar processo de declínio cognitivo em até 2,5 anos
As frutas
vermelhas, assim como chás, vinho tinto e laranja, são importantes fontes de
flavonoide, um composto com propriedades antioxidantes, ou seja, previnem o
envelhecimento das células, e anti-inflamatórias. Os especialistas acreditam
que fatores como stress e quadros de inflamação contribuem para o
comprometimento cognitivo que ocorre com a idade e que, portanto, o consumo de
alimentos ricos em flavonoides podem minimizar os efeitos do problema. Como os
estudos anteriores sobre o assunto foram de pequena dimensão ou realizados
apenas em animais, os especialistas do Hospital Brigham and Women realizaram um
levantamento com mais de 120.000 participantes para estabelecer os reais
benefícios do composto.
A pesquisa — Os pesquisadores se
basearam em dados de 121.700 mulheres, que tinham entre 30 e 55 anos quando o
estudo começou. Entre 1980 e 2001, elas responderam a questionários a cada
quatro anos sobre hábitos alimentares e estilo de vida. A partir de 1995,
aquelas que já haviam completado 70 anos ou mais realizaram testes anuais que
avaliaram a capacidade cognitiva de cada uma.
Saiba mais
COGNIÇÃO
Conjunto de processos mentais usados no pensamento, na percepção, na classificação, no reconhecimento, na memória, no juízo, na imaginação e na linguagem. O comprometimento cognitivo é uma das características mais importantes da demência, como na doença de Alzheimer
Conjunto de processos mentais usados no pensamento, na percepção, na classificação, no reconhecimento, na memória, no juízo, na imaginação e na linguagem. O comprometimento cognitivo é uma das características mais importantes da demência, como na doença de Alzheimer
Os resultados
mostraram que o maior consumo de frutas vermelhas, assim como uma maior
ingestão de quantidades de flavonoides em geral (ou seja, obtidas por meio de
outros alimentos) retardaram o declínio cognitivo entre as participantes
idosas. As mulheres que mais consumiram essas frutas enfrentaram
comprometimento cognitivo, em média, 2,5 anos depois do que aquelas que menos
ingeriram o alimento. Segundo os autores do estudo, é importante lembrar que
essas conclusões estão relacionadas a outros fatores, já que o indivíduo que
come muita fruta deve também ter um estilo de vida mais saudável, por exemplo.
"Nós
fornecemos a primeira evidência epidemiológica de que as frutas vermelhas podem
retardar a progressão do declínio cognitivo em mulheres idosas", diz Elizabeth
Devore, coordenadora da pesquisa. "Nossos resultados podem interferir
significativamente na saúde pública, já que o consumo desses alimentos pode ser
uma proteção simples para a cognição em adultos mais velhos."
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