segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O mito do treino regenerativo


Muitos corredores utilizam o termo “trote regenerativo” para descrever aquela sessão de treino mais leve após um treino bem pesado. A questão é delicada. Apesar da crença generalizada de que uma corrida de 45 minutos a 1 hora, feita em ritmo bem leve, ajuda na recuperação do praticante, isso não é verdade. Pelo contrário. O contato dos pés com o solo durante as passadas gera lesões microscópicas e os músculos, cartilagens e tendões respondem a elas com pequenas inflamações.

Em outras palavras, não há nada de regenerativo nessa atividade. Seria melhor chamá-la de treino “degenerativo”, em lugar de regenerativo.

Será então que devemos abolir a prática?

Não necessariamente. Esse tipo de treino pode ser bom, desde que seja realizado para acrescentar estímulo de treinamento. O que não devemos é acreditar, ingenuamente, que uma corrida leve será mais interessante do que descansar quando o objetivo for uma recuperação completa do organismo.

Por exemplo, muitos atletas fazem o “longão” no sábado, para trotar leve no domingo. Imagine como estará o organismo de um corredor após um treino de 30km no sábado? Como estará seu sistema imunológico? E as pernas? Numa situação como essa, seria muito mais interessante fazer um descanso no domingo, deixando para segunda-feira a corrida leve.

Essa é a dica de hoje: você não precisa descartar o treino degenerativo/regenerativo, mas é melhor programá-lo para um dia mais adequado.

Por Renato Dutra

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